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SÃO PAULO – Os papéis da Vale fazem parte da carteira de dezenas de fundos de ações e os últimos dias têm sido marcados por muitas reuniões entre gestores a analistas. O objetivo é avaliar o que será feito após o desastre com a barragem da empresa na cidade de Brumadinho (MG).
Um dos fundos que tem ações da mineradora é o AZ Quest FIA. Alexandre Silvério, CIO e responsável pela gestão, diz que ainda é cedo para afirmar qual o real impacto que o desastre terá sobre a companhia. “O case de investimento de Vale mudou radicalmente de sexta-feira (25) para agora. Cabe a nós reavaliarmos à luz das informações que temos hoje, e de acordo com nossos mandatos”, afirmou.
Até antes do acidente, o consenso entre os grandes investidores era que a tese de investimento em Vale era muito clara. “A empresa vinha gerando caixa e dava retorno para o acionista – os dividendos esperados para este ano eram os maiores da história. A demanda da China por minério ainda era robusta e a companhia vinha se desalavancando. Isso valia até o acidente. Agora tudo mudou”, disse.
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A posição do fundo, que chegou a 14% do patrimônio em outubro do ano passado, já havia diminuído consideravelmente nos últimos meses – era de 7,5% no dia 24 de janeiro, véspera da tragédia. “Nós já estávamos underweight (com exposição menor que a média)”, disse Silvério.
Segundo ele, o motivo da diminuição havia sido o surgimento de outras oportunidades no mercado doméstico – mesmo que a Vale tivesse bons fundamentos até o desastre, a equipe da Az Quest enxergava mais possibilidade de lucro em outras empresas.
“Optamos por diminuir a exposição ao longo destes últimos meses. Agora, estamos debatendo com toda a equipe e avaliando os próximos passos”, disse Silvério.
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Repercussão
Depois do rompimento da barragem, diversas casas de análise passaram a revisar a recomendação para os papéis da companhia. Foi o caso do Jefferies, Macquarie, HSBC e do BMO, que reduziram a recomendação de compra para o equivalente à manutenção. Os papéis estão sob revisão de recomendação pelo Bank of America Merrill Lynch.
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s colocou a Vale em CreditWatch com implicações negativas, dizendo que a empresa poderia enfrentar multas e a possível perda de sua licença para operar na região afetada pelo rompimento da barragem.
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