Euforia com o Bitcoin passou: 2019 será o ano do amadurecimento das criptomoedas

Ao contrário da valorização exponencial de 2017 e da queda brusca de 2018, é provável que a retomada seja um processo gradual

Equipe InfoMoney

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*Por Safiri Félix, especialista em criptomoedas e apresentador do programa Bloco Cripto na InfoMoneyTV
A criação de Satoshi Nakamoto completou 10 anos em 2018, amargando uma desvalorização superior a 80% desde a cotação máxima registrada em dezembro de 2017.
Após impressionantes 1300% de valorização do bitcoin, os criptoativos passaram a tomar conta das conversas entre operadores do mercado financeiro e milhões de indivíduos comuns ávidos por lucros exorbitantes.
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Já se esperava uma correção do excesso de euforia que levou o valor de mercado total deste mercado a flertar com a marca de US$ 1 trilhão. Ao longo deste ano, a narrativa em torno do bitcoin foi oscilando entre os rumores de bolha, indefinição regulatória e volumes reduzidos de negociação.

Quem apostou na continuidade da trajetória exponencial do preço foi pego no contrapé, aprendendo de forma dolorosa sobre a dinâmica desse mercado nascente, que passou a operar em uma dinâmica diferente após o início das negociações dos contratos futuros atrelados a bitcoin nas principais bolsas de Chicago no fim de 2017.

O lançamento desses instrumentos alimentou a euforia que levou o preço a atingir sua máxima histórica próxima aos U$ 20 mil em dezembro do ano passado, ao mesmo tempo que abriu espaço para operadores alavancarem posições vendidas, apostando na queda do bitcoin.

Operações com derivativos também cresceram nas corretoras que negociam somente ativos digitais, oferecendo a opção de até 100 vezes de alavancagem dos valores depositados em garantia. No longo prazo, o aumento do uso desses instrumentos tende a otimizar a descoberta de preço, amenizando choques de volatilidade.

Ao contrário da maioria dos ativos de risco, os ativos digitais são ainda pouco regulamentados, com negociações ocorrendo de forma distribuída em centenas de corretoras e diretamente entre usuários, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Os volumes negociados em mercados de balcão são responsáveis por mais do que o dobro dos valores negociado nos livros públicos de oferta.

Esse cenário torna os criptoativos extremamente suscetíveis a mudanças de humor de grandes operadores e muitas vezes um espaço propício para práticas de manipulação, provocando tanto valorizações quanto quedas substanciais, sem aviso prévio.

2019 deve marcar a continuidade do amadurecimento do mercado, impulsionada pela entrada de pesos pesados como Fidelity e Bakkt, plataforma de negociação de ativos digitais vinculada aos controladores da NYSE, principal bolsa de valores do mundo.

A aprovação dos primeiros ETFs, títulos de investimento indexados em bitcoin, parece ser um caminho sem volta, aguardando os reguladores americanos darem o braço a torcer sobre o potencial dos ativos digitais.

Com a proliferação de novos instrumentos de negociação e o desenvolvimento do mercado de STOs (Secutiry Token Offers, veículos de investimento tokenizados), o ecossistema trabalha para construir ferramentas mais sofisticadas de custódia e liquidação.

A expectativa entre analistas especializados é de que nos próximos anos ocorra uma injeção substancial de capital de investidores profissionais e fundos institucionais. Taxas de juros reduzidas globalmente e sinais de esgotamento do ciclo de alta dos principais ativos de risco são ingredientes de atratividade para a diversificação de recursos em formas alternativas de reserva de valor.

Para o pequeno investidor, o mais importante é dosar o grau de exposição, aproveitando o período de consolidação do mercado para formar uma posição capaz de gerar retornos assimétricos, sem colocar uma fatia substancial dos recursos em risco.

O mais indicado é fracionar os aportes, com no máximo 5% de exposição do portfólio total de investimentos. Como regra básica, o bitcoin deve representar ao menos 80% da alocação, não sendo interessante pulverizar em outros ativos antes de completar ao menos 1 bitcoin na carteira.

Ao contrário da valorização exponencial de 2017 e da queda brusca de 2018, é provável que a retomada seja um processo gradual, com picos esporádicos de maior volatilidade e oportunidades de ganhos pouco prováveis com investimentos convencionais.

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