Brasileiros perderam R$ 1,872 bilhão na poupança em um mês; entenda

A rentabilidade da poupança foi de 0,37% em junho, enquanto um CDB de 120% do CDI rendeu 0,62%. Parece pouco, mas investidor deixa de ganhar muito dinheiro no longo prazo

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Colocar dinheiro na poupança é, hoje, quase tão antiquado quanto guardar dinheiro no colchão, como era costume de gerações anteriores. Isto porque a aplicação escolhida por 6 a cada 10 brasileiros rende pouco e, na maior parte das vezes, seu ganho sequer cobre a inflação do período. Essa péssima decisão de “investimento” fez com que os brasileiros “perdessem” R$ 1,872 bilhão em possíveis rendimentos apenas no mês passado.

Isto porque o estoque total dos recursos aplicados na poupança chegou a R$ 749,088 bilhões em junho, segundo dados do Banco Central. Se levado em consideração que a rentabilidade da poupança foi de 0,37% no período, esse valor que ficou parado por um mês equivale a um rendimento de R$ 2,772 bilhões. Parece muito para apenas um mês, mas não é.

Se o mesmo valor estivesse em um CDB de 100% do CDI, que foi de 0,52% em abril, ao fim de um mês o rendimento total seria de R$ 3,895 bilhões. Com CDBs que pagam 120% do CDI, o retorno do estoque parado na poupança em junho alcançaria R$ 4,644 bilhões em um mês. É uma diferença de R$ 1,872 bilhão em uma aplicação igualmente conservadora e segura, já que os CDBs também são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). 

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Veja os detalhes da simulação
Aplicação Rentabilidade ao mês* Ganhos em 1 mês* Resultado do estoque de R$ 749,088 bilhões da poupança se investido
Poupança 0,37% R$ 2,772 bilhões R$ 751,860 bilhões
CDB de 100% do CDI 0,52% R$ 3,895 bilhões R$ 752,983 bilhões
CDB de 120% do CDI 0,62% R$ 4,644 bilhões R$ 753,732 bilhões

*Rentabilidade em junho

A garantia do FGC permite que o investidor busque aplicações que pagam um rendimento muito maior com baixo risco de crédito já que, em último caso, se a instituição financeira quebrar, o FGC garante o pagamento aplicações de até R$ 250 mil por instituição e por CPF – até o teto máximo global de R$ 1 milhão pelo período de quatro anos.  

E o imposto?
Os ganhos de todas as aplicações em renda fixa estão naturalmente menores com a Selic mais baixa, em 6,50% ao ano. Mas, como sempre, a poupança sai perdendo em todas as comparações – mesmo após os descontos do imposto de renda

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Para se ter ideia, em uma aplicação financeira no valor de R$ 100 mil pelo prazo de 24 meses, a poupança teria acumulado o valor aplicado de R$ 110.568,79, ou rentabilidade de 5,14% ao ano. Do outro lado, outros investimentos em renda fixa conservadores, como o CDB, são capazes de proporcionar ganhos maiores no mesmo período em comparação com as tradicionais cadernetas – já descontando os impostos.

O CDB de 120% do CDI alcança valor acumulado de R$ 116.151,26 ao fim de dois anos, já descontado o imposto de renda. O ganho é de R$ 5,582 a mais em relação à poupança.

Veja simulação de investimentos
Aplicação de R$ 100 mil por 24 meses Resultado livre de impostos* Rentabilidade líquida (livre de impostos)
Poupança R$ 110.568,79 5,14% ao ano
CDB de 110% R$ 113.260,54 6,43% ao ano
CDB de 120% R$ 116.151,26 7,78% ao ano

*Projeção feita no Simulador do Tesouro Direto que inclui desconto de 15% de imposto de renda para CDBs 

Não quero pagar imposto
Segundo a Anbima, 85% dos investidores têm conta na caderneta, mesmo que o rendimento seja muito pior do que outras aplicações de renda fixa com um risco praticamente igual. A alegação de boa parte desses investidores para evitar a diversificação é que a caderneta de poupança é isenta de imposto de renda, o que, na teoria, poderia significar alguma vantagem em relação ao rendimento. Puro engano. 

A simulação acima comprova a rentabilidade inferior da poupança após os descontos do imposto. Ainda assim, alguns investidores preferem aplicar em ativos isentos de imposto de renda. O que alguns investidores talvez não saibam é que existem opções bem mais rentáveis que a poupança que também são isentas e algumas delas ainda contam com a proteção do FGC. 

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Veja as opções disponíveis e as comparações de rendimentos

LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito Agrícola)
A LCI é um título de renda fixa emitido por um banco com lastro em créditos imobiliários. A LCA é um título de renda fixa emitido por um banco com lastro em empréstimos cedido ao setor do agronegócio. Os rendimentos de ambas podem ser prefixados ou pós fixados – neste caso a rentabilidade dos títulos geralmente está atrelada ao CDI.

Geralmente, o título só pode ser resgatado no vencimento, ou seja, essa aplicação não funciona como fundo de emergências porque o dinheiro não pode ser retirado a qualquer momento (Veja aqui opções de investimentos para fundo de emergências). O risco para o investimento é a “quebra” da instituição que emitiu o título, mas aplicações de até R$ 250 mil por CPF e instituição são protegidas pelo FGC. 

Produto* Valor
mínimo
Rentabilidade Valor acumulado após 2 anos com investimento de R$ 100 mil**
LCA Original – JAN/2020 R$ 1.000 97% do CDI R$ 115.090,39
LCI BRP – JUL/2020 R$ 5.000 94% do CDI R$ 114.602,63
Poupança 70% da Selic + TR R$ 110.568,79

*Produto disponível da plataforma da XP Investimentos e pesquisado em 11 de julho
**Projeção feita no Simulador do Tesouro Direto

CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio)
Os CRIs são títulos emitidos apenas por companhias securitizadoras de recebíveis imobiliários. Os CRAs são títulos emitidos apenas por companhias securitizadoras de direito creditórios do agronegócio. As rentabilidades podem ser prefixadas ou pós fixadas e atreladas ao CDI ou à inflação. Geralmente, os CRIs e as CRAs só podem ser resgatados no vencimento e não contam com a proteção do FGC.

Por isso, é importante observar o rating atribuído ao título. Nas corretoras, é possível verificar a avaliação das agências de ratings. Tal qual os países são avaliados e recebem uma nota de acordo com seu risco, muitas aplicações também vêm com esse “selo” que ajuda os investidores a escolher os títulos mais seguros. 

Produto* Valor
mínimo
Rentabilidade Valor acumulado após 2 anos com investimento de R$ 100 mil**
CRI Cyrela – JUN/2022 R$ 1.003,77 102% do CDI R$ 115.928,80
CRA Usina Batatais – JUN/2022 R$ 1.002,11 107% do CDI R$ 116.770,22
Poupança 70% da Selic + TR R$ 110.568,79

*Produto disponível da plataforma da XP Investimentos e pesquisado em 11 de julho
**Projeção feita no Simulador do Tesouro Direto

Debêntures incentivadas
As debêntures são títulos de dívidas de empresas. Na prática, as corporações vendem “pedaços” de suas dívidas como forma de financiar grandes projetos. Assim, o investidor se torna credor da companhia e recebe “juros” por esse empréstimo. Esses juros podem ser pagos mensalmente, trimestralmente, semestralmente, anualmente ou ainda apenas na data de vencimento. O mercado secundário existe, mas sua liquidez é baixa. 

As debêntures não têm garantia do FGC e, assim como nos CRIs e CRAs, o investidor deve observar a avaliação das agências de ratings no processo de escolha dos títulos. 

Produto* Valor mínimo Rentabilidade Valor acumulado após 2 anos com investimento de R$ 100 mil**
DEB Copel Distribuição – OUT/2019 R$ 10.625,17 115% do CDI R$ 118.146,91
Poupança 70% da Selic + TR R$ 110.568,79

*Produto disponível da plataforma da XP Investimentos e pesquisado em 11 de julho
**Projeção feita no Simulador do Tesouro Direto

Mesmo esses investimentos que são isentos de imposto de renda precisam ser avaliados e comparados da maneira correta com outras aplicações que têm incidência de imposto. Voltando àquela comparação inicial de um CDB que paga 120% do CDI, se o concorrente for uma LCI, por exemplo, ela precisa render mais de 104% para ter retorno superior ao do CDB de 120%, mesmo com o imposto de renda incidente sobre os CDBs. Ou seja, nem sempre a ausência de impostos vale a pena no seu bolso no fim das contas. É preciso colocar todas as variáveis na ponta do lápis – e da calculadora – antes de escolher o investimento ideal para você. 

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