As ciladas da previdência privada: veja se vale a pena e quais aplicações garantem uma aposentadoria tranquila

Ter um plano de previdência complementar é fundamental, mas é preciso escolher bem as aplicações; saiba como evitar as armadilhas

Diego Lazzaris Borges

Casal em café da manhã

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SÃO PAULO – Ter renda suficiente para se aposentar sem abrir mão do padrão de vida é essencial, mas o brasileiro precisa se preparar bem para este momento.

Afinal, existem dois pontos muito importantes : o primeiro é que quem depender apenas da Previdência Social provavelmente terá problemas no futuro.

O segundo é que a previdência privada também precisa ser escolhida com muita cautela – caso contrário, o investidor pode cair em uma bela armadilha.

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Na Previdência Social, o teto para trabalhadores da iniciativa privada não passa de R$ 5.600 – ou seja, se você ganha R$ 10 mil, vai precisar se acostumar a viver com metade disso quando parar de trabalhar.

Isso sem contar do rombo da previdência, que deixa o futuro de todos que dependem deste benefício incerto.

Por isso não há como negar que ter um plano de previdência complementar é fundamental. Mas antes de escolher seu plano você precisa tomar alguns cuidados. Veja os principais:

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Fuja das taxas de administração altas

A taxa de administração é o preço cobrado pela instituição para gerir seu plano de previdência. O problema é que se essa taxa for alta ela vai atrapalhar o seu rendimento, principalmente no longo prazo.

Uma taxa de 3% ao ano, por exemplo, irá corroer grande parte da rentabilidade, por melhor que forem as escolhas de investimento do gestor do fundo.

O resultado de investir em um plano com taxa alta? Seus sonhos para a aposentadoria poderão virar um pesadelo.

Por isso você deve optar por um plano com taxa de administração justa. E aí vai uma dica: nos grandes bancos a taxa costuma ser bem maior do que nas instituições independentes, onde é possível encontrar planos que cobram a partir de 0,7% ao ano.

Então o ideal é que você abra uma conta em uma corretora de valores com plataforma aberta e escolha o plano que melhor atende as suas necessidades – e claro, com taxa de administração baixa.

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Nunca invista em fundos com taxa de carregamento

A taxa de carregamento é o valor descontado das contribuições aos planos de previdência.

Essa é uma cobrança que pode ocorrer no momento em que o investimento é feito ou na retirada, e costuma oscilar entre 1% e 5%. Ou seja, se você depositar R$ 100 mil a instituição vai cobrar logo de cara ou no momento do resgate entre R$ 1 mil e R$ 5 mil.

O investidor deve fugir de instituições que cobram esta taxa, que tem um impacto significativo no acúmulo de capital. A dica é clara: nunca invista em um fundo que cobra pelo carregamento.

Novamente, nas corretoras de valores é mais fácil encontrar produtos de previdência sem taxa de carregamento. Já nos grandes bancos é comum ter fundos que cobram esta taxa.

Cuidado com o regime de tributação

Ao optar por um plano de previdência complementar você deve sempre escolher um regime de tributação. Afinal, sobre o dinheiro investido, é preciso recolher Imposto de Renda.

Existem duas formas de tributação e cabe a você decidir, no momento de contratação do plano, qual a melhor opção para o seu caso.

Tabela progressiva:Na tabela progressiva, a alíquota do Imposto de Renda segue as mesmas regras aplicadas aos salários e aumenta de acordo com o valor que você vai receber do plano.
Tributação regressiva: Já a tributação regressiva foi criada justamente para estimular as aplicações de longo prazo – que devem ser o objetivo dos planos de previdência.

Neste caso, a alíquota diminui com o tempo e é calculada de acordo com a data de cada contribuição ou aporte.

Confira a tabela regressiva:

Período de aportes Alíquota de IR
Até 2 anos 35%
de 2 a 4 anos 30%
de 4 a 6 anos 25%
de 6 a 8 anos 20%
de 8 a 10 anos 15%
Mais de 10 anos 10%

Leia Mais:

Planejamento tributário: uma conta para a aposentadoria que pouca gente faz e pode aumentar sua renda

Ou seja: se você optar pela tabela regressiva e resgatar o plano em até dois anos (o que não é aconselhado se tratando de previdência privada), vai pagar um imposto bem alto por isso (alíquota de 35%).

Já se fizer aportes por mais de 10 anos, o imposto será muito menor, de apenas 10%. Pense nisso antes de fechar um plano, pois, apesar de parecer pequena, esta diferença garante um valor líquido muito maior para o titular.

Entenda a diferença entre PGBL e VGBL

Quem optar pela previdência precisa ter em mente alguns pontos. O primeiro é o tipo de plano, que pode ser o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). A principal diferença entre os dois está nos benefícios fiscais.

Quem contrata um PGBL consegue deduzir até 12% da renda tributável ao ano da base de cálculo do Imposto de Renda. Isso significa que a pessoa poderá pagar menos IR agora, colocar o dinheiro para render e só acertar as contas com o Leão lá na frente. O benefício, no entanto, só é concedido para quem entrega a declaração completa do IR.

Já o VGBL não oferece nenhuma vantagem de dedução durante a fase de acumulação – ou seja, a fase em que ainda está aplicando no plano. Em compensação, tem este benefício no momento do resgate. Isso porque, no VGBL, o imposto incide apenas sobre os rendimentos obtidos e não sobre o valor total acumulado, como acontece no PGBL.

Dicas finais

É importante lembrar que o investimento em previdência deve começar o quanto antes. Assim, é possível juntar mais dinheiro sem fazer um esforço tão grande e garantir no futuro uma rentabilidade compatível com o seu padrão de vida atual.

Lembre-se sempre: alguns anos a mais investindo podem fazer uma grande diferença no valor total do benefício.

Outro ponto importante que precisa ser analisado é o planejamento sucessório. Quem já tem uma idade avançada pode optar pelo VGBL, já que apenas este plano oferece a opção de incluir os beneficiários e, em caso de morte, o valor acumulado não entra no inventário – o que evita uma grande dor de cabeça e gastos com os honorários dos advogados.

Com o VGBL, em pouco tempo, independentemente de serem ou não herdeiros, os beneficiários receberão o valor acumulado pelo titular, sem burocracia.

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Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip