Disparada nos títulos do Tesouro Direto “não vai mais se repetir”, crava professor

Os títulos atrelados ao IPCA foram verdadeiras estrelas dos investimentos nesse ano

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – O ano de 2016 foi marcado por uma forte valorização nos títulos atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do Tesouro Direto, programa de compra e venda de títulos públicos do governo federal. O Tesouro IPCA+ com vencimento em 2035 talvez seja o caso mais icônico, com valorização que chegou a se aproximar dos 60% nesse ano.

O professor Pedro Raffy Vartanian, pesquisador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica, acredita que esses números “inacreditáveis” em relação aos títulos de renda fixa não se repetirão. “Ainda há uma chance de valorização desses títulos, mas a alta nessa proporção não vai mais se repetir”, crava.

O professor explica que essa valorização dos títulos públicos acontece pois o cenário macroeconômico em 2016 colabora: a inflação está mais controlada, o que significa uma expectativa de corte na taxa básica de juros, enquanto o cenário político se mostra menos turbulento no momento, possibilitando ajustes fiscais nas contas do governo.

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Pedro ainda alerta para uma possibilidade de ajuste nos preços desses títulos no curto prazo. “Geralmente, quando mercado traz um movimento muito forte como esse, é comum que, na sequência, o investidor enfrente cenários de correção nos preços”, explica.

Mesmo assim, o Tesouro Direto segue sendo uma excelente escolha para o investidor conservador, aponta o professor. Isso acontece porque se o investidor escolher carregar seu título até o vencimento, ele receberá exatamente a rentabilidade acordada no momento da compra, independentemente da volatilidade no curto prazo.

“Muitas vezes as pessoas não conseguem conviver com essa volatilidade, principalmente quando não compreendem bem, mas o investidor conservador pode ficar tranquilo quanto a sua rentabilidade no Tesouro Direto”, assinala o professor. Pedro ainda sugere uma diversificação de investimentos entre as diversas categorias do Tesouro Direto como uma estratégia interessante para quem quer mitigar riscos e garantir lucro em diferentes cenários.

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O assessor de investimentos Max Scatimburgo da Atlas Invest, por sua vez, também acredita que boa parte desse movimento de valorização dos títulos do Tesouro Direto já está precificado, mas crê que ainda há possibilidade de mais altas, o que poderia trazer uma última oportunidade de lucro para o investidor que desejar fazer esse negócio.