Como driblar a queda da Selic com investimentos conservadores?

O InfoMoney conversou com os assessores de investimento Tamara Hernandes e Junior Jandir Reginatto para entender o novo cenário

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – A última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), realizada na última quarta-feira (7), decidiu pela redução da taxa de juros básica da economia, a Selic, em 25 pontos-base, para 6,75% ao ano – o menor valor histórico no Brasil. Com a queda, investidores vão precisar cada vez mais procurar aplicações com um retorno diferenciado e fugir daqueles fundos de baixo risco dos grandes bancos que cobram taxas de administração elevadas.

Tamara Hernandes, assessora de investimentos na Patrimono Investimentos, a Selic deve permanecer em níveis menores por um período mais longo, fazendo com que a busca pela educação financeira seja ainda mais importante para entender as melhores aplicações com este cenário. “Com a educação financeira, alguns clientes conservadores passam a buscar maior diversificação em seus investimentos”, diz.

Por que a queda da Selic interfere na renda fixa?
A maior parte dos investimentos de renda fixa são pós-fixados e estão atrelados ou à Selic ou ao CDI (que também oscila muito próximo da Selic). Isso acontece no Tesouro Direto, com o título Tesouro Selic e com os CDBs, LCIs e LCAs pós-fixados, que rendem um percentual do CDI.

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Dessa forma, quando há uma mudança na taxa Selic a rentabilidade da renda fixa também é alterada. Com o aumento da taxa, aplicações atreladas à ela tendem a oferecer um melhor rendimento, e o mesmo acontece no cenário contrário, ou seja, com aqueda da Selic a rentabilidade também é reduzida.

Qual a melhor alternativa para o investidor conservador?
De forma a evitar que a queda da Selic interfira nas aplicações de investidores conservadores, Tamara reforça a necessidade de uma diversificação do portfólio, como a alocação em fundos multimercados, por exemplo. Outra sugestão são aplicações em CDB que pagam mais de 115% do CDI. É importante saber que este retorno não é encontrado nos CDBs de grandes bancos, que como mostra uma matéria do InfoMoney publicada nesta semana pagam em média 75% do CDI. Para conseguir retornos superiores é necessário ter conta em corretora de valores e  buscar os CDBs mais rentáveis na plataforma de investimentos.

Para quem investe no Tesouro Direto, Tamara afirma que é interessante fazer uma média de carteira com o programa, com destaque para o Tesouro IPCA+, que ao longo do tempo oferece uma rentabilidade acima da inflação, garantindo o poder de compra do dinheiro ao pagar uma taxa de juros prefixada mais a variação da inflação (IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). É importante lembrar que estes títulos são voláteis e tem oscilação de preço para quem vende no meio do caminho. Então você deve sempre adequar o seu objetivo ao vencimento do título, para resgatar apenas nesta data. Caso retire antes, pode até mesmo ter perdas.

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O assessor de investimentos da Futuro Investimentos, Junior Jandir Reginatto, reforça o impacto da queda da Selic nas aplicações de renda fixa e afirma que o investidor que quiser mais rentabilidade terá que se mexer mais: “O movimento natural é que o investidor conservador se exponha mais, que busque produtos mais moderados e até arrojados, por terem melhor performance”.

Entre os produtos com maior potencial de retorno para o investidor conservador/moderado neste cenário, Junior cita os fundos multimercados e os COEs (Certificados de Operações Estruturadas). “O COE é um produto interessante, porque possibilita ganhos maiores que a renda fixa e ainda, tem capital protegido”, diz.  E conclui: “É um investimento que faz sentido para a carteira do investidor conservador”.

Criados no 2º semestre de 2013, os COEs são investimentos que combinam a proteção da renda fixa com o rendimento da renda variável. E na renda variável ele pode estar atrelado a diversos tipos de investimentos, desde índices de ações (nacionais ou estrangeiros), moedas, juros, commodities e ações do mundo inteiro. Além disso, por serem ativos de “capital protegido” reduzem o risco de prejuízo na operação.