Com juro no menor nível, CDI perde para a maioria das aplicações em 12 meses

O CDI é utilizado para referenciar boa parte dos títulos de renda fixa pós-fixados negociados no Brasil 

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A taxa básica de juros segue em seu menor nível histórico e a consequência nos investimentos é direta. Como o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) oscila muito próximo da Selic, seu rendimento foi de apenas 7% nos últimos 12 meses e ele perdeu para a grande maioria das aplicações financeiras.

O Ibovespa (principal índice da Bolsa brasileira) rendeu 20% no mesmo período. Já o dólar se valorizou 13% desde fevereiro do ano passado.

Entre os fundos multimercados, muitas categorias conseguiram superar o CDI com folga. Foi o caso dos fundos Multimercados Long&Short Direcional, que valorizaram 14,15%, assim como os Long&Short Neutro, que tiveram alta de 10,05%. Os dados são da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Invista nos melhores fundos do país. Abra uma conta na XP, é grátis.

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Na mesma linha, os fundos Multimercados Livre – que concentram o maior patrimônio da categoria, de R$ 340,7 bilhões – tiveram retorno de 9,44%, equivalente a 135% do CDI.

Os títulos públicos prefixados e indexados à inflação negociados no Tesouro Direto também ganharam de lavada. O Tesouro Prefixado com vencimento em 2023, por exemplo, valorizou 14,93%, enquanto o Tesouro IPCA+ 2035 rendeu 18,87%.

O ponto é que se há pouco tempo a Selic em 14,25% a.a deixava as pessoas tranquilas para encherem o carrinho de títulos pós-fixados e ainda ganhar perto de 1% ao mês, as coisas agora mudaram. Com a taxa básica em 6,5% a.a, essas aplicações hoje pagam menos de 0,5% ao mês – muito pouco se considerarmos a inflação do período.

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“O investidor vai precisar sair da sua zona de conforto”, diz Leandro Santiago, assessor de Investimentos da Habitus Investimentos.

O CDI é utilizado para referenciar boa parte dos títulos de renda fixa pós-fixados negociados no Brasil. É o caso dos CDBs (Certificado de Depósito Bancários), as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), LCs (Letras de Câmbio), entre outros.

Ganha da poupança

Apesar do seu baixo desempenho, o CDI continua rendendo mais do que a caderneta de poupança. Nos últimos 12 meses, a aplicação mais popular do país valorizou apenas 4,5%. Mesmo tirando o efeito de Imposto de Renda das aplicações referenciadas no CDI, elas ainda ganham da caderneta – desde que paguem ao menos 100% do referencial.

Alguns fundos multimercados também tiveram desempenho irregular no ano passado e acabaram rendendo pouco. É o caso da categoria Macro, que valorizou 6,24% nos últimos 12 meses, e dos fundos Multimercado Juros & Moedas, que ganharam só 6,68%.

Entenda o CDI

O CDI foi criado para lastrear as operações de curtíssimo prazo entre os bancos e “zerar” o caixa no final do dia. Para o investidor, o importante é saber que o CDI funciona como uma taxa de referência da renda fixa.

Essa taxa oscila sempre muito próxima da Selic – Sempre que a Selic sobe, o CDI sobe. Se a Selic cair, o CDI também cai. A maioria das aplicações de renda fixa pós-fixadas referenciam a rentabilidade no CDI. Por exemplo: CDB que paga 100% do CDI, LCI que paga 90% do CDI, LC de 125% do CDI, etc.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip