Trader de renda fixa: quem comprou prefixado no começo de setembro lucrou 14%

Alta volatilidade eleitoral permitiu ganhos turbinados também na renda fixa

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Momentos de grande euforia do mercado trazem alta volatilidade, o que pode abrir oportunidades de ganhos turbinados para quem quer fazer operações de curto prazo na renda fixa.

Quem investiu no dia 3 de setembro no Tesouro Prefixado com vencimento em 2025, por exemplo, se deu muito bem. Se o investidor vender esse papel hoje terá um ganho de R$ 68,14 por título, visto que pagou R$ 483,91 e hoje vale R$ 552,05. Se fossem 100 papéis, o ganho seria de R$ 6.814 em um pouco mais de um mês.

Em termos de rentabilidade, o ganho foi de 14% em apenas 33 dias (úteis) – superior ao de muitas ações negociadas no Ibovespa no período -, considerando que o índice subiu cerca de 15%. Se fizermos os cálculos para encontrar o equivalente dessa rentabilidade ao ano, o valor encontrado é 173% a.a.

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Para se ter uma ideia, a taxa oferecida por esse título no começo de setembro era de 12,20% a.a. – valor que caiu para 9,98% a.a. na segunda-feira (22). Essa tendência de queda nas taxas tem sido observada desde o desfecho do primeiro turno, que colocou o candidato Jair Bolsonaro (PSL) na frente da corrida eleitoral, com 46% dos votos válidos

O professor do InfoMoney Alan Ghani explica que o mercado vê o movimento de avanço do “candidato mais reformista” como positivo, pois entende que os ajustes fiscais estão mais próximos – justamente por conta das medidas liberais. O efeito disso é uma queda nas taxas de juros, como se o mercado estivesse precificando que está “menos arriscado emprestar dinheiro para o governo”.

Resultado? Todo mundo começa a comprar os títulos. Com o aumento da demanda, o preço do papel sobe e a taxa de rentabilidade cai. E é aí que o investidor pode ter “ganhos turbinados” caso venda o papel antes da data de vencimento. Os investidores que mantiverem o papel até o vencimento, porém, receberão a taxa contratada no momento da compra.

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Ghani lembra que, no caso de venda antecipada, os títulos prefixados –  ainda mais esses com horizonte de 7 anos –  são muito arriscados por conta do risco de mercado, ou seja, pela incerteza do comportamento dos preços do título até o seu vencimento.

Mas para aquelas pessoas que querem manter o papel até o vencimento não existe este risco – os títulos têm sua rentabilidade conhecida no momento da aplicação e mesmo que haja mudanças no cenário econômico – sejam elas positivas ou negativas, a rentabilidade não muda.

Quero embolsar o ganho e continuar investindo

Para quem tem o Tesouro Prefixado com vencimento em 2025, pretende realizar o ganho e quer continuar investindo, Ghani recomenda a venda do papel e a compra de um título pós-fixado (antiga NTN-B), ou seja, que pague a inflação mais uma taxa.

Ao contrário dos prefixados, os papéis pós-fixados são mais conservadores e defensivos, já que sua rentabilidade está atrelada a um indexador, que pode ser a taxa básica de juros (Selic) ou a inflação (IPCA), protegendo o consumidor de oscilações do mercado.