Para evitar mais danos, governo quer que Petrobras faça baixa contábil de R$ 3,9 bi

Segundo informação do Painel da Folha de S. Paulo, o Planalto estaria pressionando para que as baixas contábeis fossem menores do que valores citados anteriormente; estatal divulgará balanço no fim de março

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Um dia após o rebaixamento da nota de crédito da Petrobras (PETR3; PETR4) pela agência avaliadora de risco, Moody’s, o Painel da Folha de S. Paulo divulgou a notícia de que o governo teria manifestado o desejo de que as perdas devido à corrupção apresentadas pela estatal à autoridades reguladoras do mercado financeiro fiquem entre R$ 2,1 bilhões e R$ 3,9 bilhões. O número é bem inferior aos R$ 61,4 bilhões estimados anteriormente quando da divulgação do balanço não auditado na semana da saída da ex-CEO da estatal, Maria das Graças Foster.

Segundo a Folha, o governo ainda tentaria acelerar negociações com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e com a SEC dos Estados Unidos para evitar sanções que abalem ainda mais a credibilidade da empresa. O Planalto proporia a aceitação do valor com o compromisso de que a Petrobras o atualizasse caso as investigações da Operação Lava Jato apontassem números maiores.  

O presidente da estatal, Aldemir Bendine, disse que a petroleira apresentará um balanço auditado no fim de março. A Moody’s citou no texto explicando o corte de rating que um dos fatores que motivou a decisão foi o atraso na divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2014.